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Publicado por: Amanda Escorsin | 2 maio 2025
Aliados estratégicos reagem às políticas protecionistas dos EUA e intensificam ações diplomáticas e econômicas para conter impactos
As recentes medidas tarifárias anunciadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm gerado respostas firmes de parceiros comerciais estratégicos, como China e México. Ambos os países buscam formas de mitigar os prejuízos econômicos decorrentes das barreiras impostas e pressionar Washington por negociações comerciais mais equilibradas.
China cobra fim de tarifas unilaterais e busca alternativas
O Ministério do Comércio da China informou estar avaliando uma proposta de negociação feita pelos Estados Unidos, mas destacou que qualquer diálogo deve ocorrer com base na reciprocidade e na retirada das tarifas unilaterais impostas por Trump. O governo chinês criticou duramente o que chamou de tentativas de “extorsão e coerção” por parte da administração americana.
Como resposta, Pequim aplicou tarifas retaliatórias de 125% sobre produtos norte-americanos e isentou itens estratégicos, como medicamentos e semicondutores, de suas próprias sobretaxas. Paralelamente, a China intensificou relações comerciais com outros países, inclusive na América Latina, como forma de reduzir sua dependência do mercado dos EUA.
México aposta no TMEC e diversificação de mercados
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, conversou por telefone com Trump e ambos manifestaram interesse em fortalecer o Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (TMEC). A ligação ocorreu após o anúncio da redução progressiva das tarifas sobre autopeças — um alívio para o setor automotivo mexicano, altamente dependente do mercado norte-americano.
Apesar disso, tarifas sobre aço e alumínio continuam em vigor, o que pressiona a economia mexicana. O país tem buscado ampliar suas parcerias comerciais com outras nações, incluindo a China, para não depender exclusivamente dos Estados Unidos.
Instabilidade global e novo eixo geopolítico
As políticas tarifárias adotadas por Trump desencadearam instabilidade nos mercados globais. Após o pacote tarifário anunciado em abril de 2025, a Bolsa de Valores americana registrou forte queda, com o índice Dow Jones despencando 4.000 pontos em apenas dois dias.
Especialistas apontam que esse cenário está contribuindo para a consolidação de um novo eixo geopolítico, liderado pela China e sustentado pelo BRICS+, bloco ampliado que reúne potências emergentes como Brasil, Índia, África do Sul, além de países recentemente incorporados, como Irã, Egito e Indonésia. Essa reorganização pode acelerar a independência econômica da América Latina em relação aos Estados Unidos.
As reações da China e do México mostram que o cenário econômico internacional está em reconfiguração, com potências emergentes aproveitando o vácuo deixado por políticas protecionistas americanas para buscar maior protagonismo no comércio global.
Da Redação, com informações de O Globo
Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Amanda Escorsin atua como editora-chefe no portal Dama do Poder e atuou como Diretora de Redação no portal Lupa Política. A jornalista que se inspira em contar histórias, escolheu a profissão quando tinha 14 anos de idade e tem como suas paixões empreendedorismo, marketing e mundo corporativo.