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Publicado por: Amanda Escorsin | 28 out 2022
Apesar de atualmente mais de 7 milhões de CNPJs ativos no Brasil serem controlados e pertencentes a mulheres, menos de 0,01% dessas empresas são de fato certificadas como diversas por alguma entidade de fomento presente em território nacional, o que dificulta o avanço dos programas de diversidade de fornecedores de grandes companhias.
É o que aponta estudo feito pela Linkana, primeiro software de gestão de fornecedores em rede para grandes empresas na América Latina. Segundo a empresa, esse cenário cria um obstáculo real para que negócios comandados por grupos minoritários ou economicamente desfavorecidos se beneficiem do impacto financeiro de políticas de inclusão na cadeia de fornecimento.
“O maior problema não é a falta de interesse por parte de grandes companhias em contratar fornecedores diversos, mas sim a ausência de formas rápidas e seguras para identificar e buscar tais empresas. Atualmente, entidades de fomento à diversidade de fornecedores possuem bases muito reduzidas de empresas certificadas para grupos minoritários e, ao mesmo tempo, as corporações estão buscando formas de acelerar essa agenda. Nosso desafio é utilizar o poder da tecnologia, dados e inteligência artificial para criar maneiras universais e escaláveis de identificação e busca de tais empresas”, afirma Leo Cavalcanti, CEO da Linkana.
“Quando se trata de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I), facilitar o acesso às informações estratégicas para que as grandes empresas encontrem fornecedores diversos é hoje um movimento fundamental para transformar o mercado”, diz.
Comércio de vestuário e acessórios e serviços de beleza
De acordo com o levantamento da Linkana, que analisou mais de 22 milhões de CNPJS ativos disponíveis na base da Receita Federal do Brasil, foi possível pré-certificar como Empresas Pertencentes a Mulheres (EPM) cerca de 31,31% do total dos negócios ativos. Empresas Pertencentes a Homens (EPH) continuam sendo maioria (41,77%), enquanto empresas pertencentes aos dois grupos, onde não foi possível pré-certificar propriedade e controle, representam uma menor fração (19,63%).
Em relação à natureza jurídica das empresas controladas por empreendedoras, a maioria (83,98%) é MEI (empresária individual), seguida por Sociedade Empresária Limitada (11,08%). Outras segmentações representam 4,94%.
Já segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), os trabalhos mais comuns nas empresas controladas por mulheres são Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (9,95%) e Cabeleireiros, manicure e pedicure (8,23%). Outras atividades populares são estética e outros serviços de cuidados com a beleza (3,70%), Promoção de vendas (3,59%), Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar (3,42%), Serviços domésticos (2,77%) e Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares (2,65%).
Apoio na busca por fornecedores diversos
Com o papel de centralizar, certificar e implementar todas as ações necessárias para a implementação de programas de diversidade de fornecedores, a Linkana atua como uma fonte confiável de busca e identificação de fornecedores diversos em complemento às bases qualificadas das entidades de fomento, como a Câmara LGBT, a organização brasileira Integrare, a WEConnect International – rede global que conecta empresas de propriedade de mulheres a compradores em todo o mundo, entre muitas outras.
FONTE: Exame via Bússola | FOTO: Getty Images
Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Amanda Escorsin atua como editora-chefe no portal Dama do Poder e atuou como Diretora de Redação no portal Lupa Política. A jornalista que se inspira em contar histórias, escolheu a profissão quando tinha 14 anos de idade e tem como suas paixões empreendedorismo, marketing e mundo corporativo.