Haddad diz que correção do IOF depende de revisão ampla na tributação do setor financeiro

Ministro afirma que não é possível ajustar imposto isoladamente sem enfrentar distorções estruturais no sistema tributário

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (2) que uma eventual revisão do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) precisa ser acompanhada de uma correção mais ampla das distorções na tributação do setor financeiro brasileiro. A declaração foi dada durante participação em evento promovido pela Fipe, diante de críticas ao recente aumento do IOF em determinadas operações.

Segundo Haddad, o governo pretende apresentar uma proposta alternativa à atual calibragem do imposto dentro de dez dias, atendendo à demanda do Congresso Nacional, que se mostrou resistente à elevação da carga tributária. “É preciso atacar o conjunto de distorções e não apenas um ponto específico”, destacou o ministro, referindo-se aos privilégios tributários e subsídios setoriais que, segundo ele, comprometem a eficiência e a justiça do sistema.

O aumento recente do IOF gerou reações negativas entre parlamentares e setores da economia, sobretudo por elevar os custos de crédito e impactar investimentos. O presidente da Câmara, Hugo Motta, chegou a sugerir a derrubada da medida, afirmando que o governo deveria priorizar reformas estruturais em vez de recorrer ao aumento de impostos para elevar a arrecadação.

Haddad também reafirmou que a estratégia da equipe econômica não inclui cortes de gastos, mas sim a revisão de incentivos fiscais considerados ineficientes. No entanto, o avanço de propostas nesse sentido tem enfrentado obstáculos no Congresso, onde diversas medidas têm sido postergadas ou descaracterizadas.

O debate sobre o IOF reacende a discussão sobre os desafios da política fiscal brasileira, que busca equilibrar responsabilidade orçamentária com a necessidade de promover um sistema tributário mais justo e eficiente.

Da Redação, com informações do G1