Caminhão com soja em Lucas do Norte, em Mato Grosso Imagem: Paulo Whitaker/Reuters

ECONOMIA

Grandes empresas do agronegócio estão investindo na ciência como estratégia para enfrentar os desafios trazidos pela crise climática

Publicado por: Amanda Escorsin | 3 out 2024

A crise climática tem se mostrado uma ameaça às estratégias de longo prazo das gigantes do agronegócio

Em uma lógica onde quanto mais se produz, mais se quer produzir – especialmente no setor de grãos –, a crise climática tem colocado em risco as estratégias de longo prazo das grandes empresas do agronegócio. Com as rápidas mudanças no clima, torna-se cada vez mais difícil prever a eficácia de sementes, defensivos químicos e biológicos para os próximos anos.

Diferente do mercado de eletrônicos, conhecido pela “obsolescência programada”, a agricultura enfrenta desafios maiores. Milhões de dólares são investidos em pesquisa, com equipes de cientistas e agrônomos desenvolvendo novas tecnologias, além de anos necessários para aprovações regulatórias. Isso aumenta a pressão para contornar a perda de eficiência no campo

Depois de tanto trabalho, é esperado que o produto tenha durabilidade, embora seja um paliativo à questão climática. No estilo: aprender a conviver com o problema em vez de solucioná-lo. É como tomar remédio para um problema de saúde, mas não necessariamente perseguir causa e prevenção.

É fato que, em clima tropical, o vai e vem entre estiagem, enchentes, calor, geadas e umidade resulta na maior incidência de pragas e doenças no campo brasileiro – e, então, fomenta-se o ciclo de mais sementes e defensivos resistentes. Custe o que custar. Afinal, o agro no Brasil se vangloria de estar entre os maiores produtores globais de commodities.

A Bayer também tem se desdobrado para manter a eficácia da tecnologia das sementes. De acordo com Fernando Prudente, líder de Produtos de Soja e Algodão da divisão agrícola da companhia, desenvolver e entregar um novo OGM no mercado requer em média 16,5 anos – metade disso somente para aprovações regulatórias. São US$ 115 milhões e 37,6% destes custos são para fins regulatórios

Da redação, com informações do UOL

Amanda Escorsin

Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Amanda Escorsin atua como editora-chefe no portal Dama do Poder e atuou como Diretora de Redação no portal Lupa Política. A jornalista que se inspira em contar histórias, escolheu a profissão quando tinha 14 anos de idade e tem como suas paixões empreendedorismo, marketing e mundo corporativo.