Greve, reajuste e inflação: Bolsonaro diz que ideal é privatizar Petrobras, após afirmar que petroleira anunciará aumento

Por Amanda Escorsin

A greve dos caminhoneiros esperada nesta segunda-feira (1º/11), iniciou com baixa adesão no Distrito Federal. A informação circula devido a Polícia Rodoviária Federal não ter registrado bloqueio de vias até o momento. A categoria que pede mudança de política de preço na Petrobras e redução do preço do diesel, terá mais uma surpresa, pois o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse ainda hoje, durante entrevista coletiva concedida na Itália, após reunião do G20, que a Petrobras vai anunciar novo reajuste nos preços dos combustíveis nos próximos 20 dias. O titular do Palácio do Planalto disse ainda que conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para começar a tomar medidas no sentido de tirar a estatal “das garras do Estado”.

Privatização, congelamento e perda de apoio em greve

Bolsonaro defendeu o congelamento e impostos e segundo ele, o “vilão do preço do combustível” no país é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O último reajuste nos preços da gasolina e do diesel vendidos às distribuidoras foi anunciado na semana passada. Os valores dos combustíveis tiveram aumento de 7,04% e 9,15%. Ainda, foi aprovado no fim da semana passada, o congelamento do valor do ICMS cobrado nas vendas de combustíveis durante três meses, pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

Apesar da baixa adesão no DF, parte das lideranças dos caminhoneiros alega que esta será a maior greve desde a de 2018, em que a categoria paralisou as atividades e ocasionou desabastecimentos em todo o país. Porém, as associações que estavam prestando apoio, não estão mais.

Esta semana vai ser um jogo pesado com a Petrobras, porque eu indico o presidente, quer dizer, tem que passar pelo conselho, não sou eu que indico, e tudo que de ruim acontece lá cai no meu colo. O que é de bom não cai nada em meu colo. O ideal é nós partirmos para privatizar a Petrobras. Isso é o ideal, no meu entender, que deve acontecer. Agora, isso aí não é colocar na prateleira e vender amanhã. Esse processo vai durar mais de ano

Jair Bolsonaro, presidente da República

Ainda, o chefe do Executivo afirmou estar acompanhando os reajustes estipulados pela estatal e disse ter pressa para solucionar a alta do combustível.

Estou acompanhando, estamos acompanhando. Agora, uma notícia que dou para vocês, eu tenho pressa, a Petrobras já anuncia, eu sei extraoficialmente, novo reajuste daqui a uns 20 dias[…] Isso não pode acontecer. O preço do combustível está atrelado à inflação, você falou em inflação, você perde o poder aquisitivo, e a população não está com o salário preservado ao longo dos últimos anos. Os mais pobres sofrem.

Jair Bolsonaro, presidente da República

Da Redação