Foto: Reprodução/ Sérgio Moraes
Publicado por: Carol Castro | 24 fev 2021
Conselho da estatal ainda debate sobre aprovação de Silva e Luna para o cargo
Por Carol Castro
Após críticas feitas pelo presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido) ao reajuste de combustíveis anunciado pela Petrobras na semana passada, o dirigente indicou o general da reserva, Joaquim Silva e Luna, para substituir Roberto Castello Branco na presidência da companhia.
Devido ao acontecido, as ações da estatal (PETR3; PETR4) caíram em 30%, em dois pregões. O mercado aproveitou os descontos e apostou em políticas de preços para que a companhia acompanhe as flutuações de câmbio e petróleo. O Conselho da empresa, por sua vez, ainda está debatendo se acata ou não a indicação de Silva e Luna para o Posto de Castello Branco, que encerra seu contrato no dia 20 de março.
Investimentos
Se de um lado Bolsonaro tentou ajudar a população colocando um novo nome na presidência da companhia visando controlar melhor os preços, do outro, fez com que os investidores antigos se afastassem levando consigo o dólar, moeda que está em alta, aumentando o preço das commodities no país.
Parte dos investidores da Petrobras, após o Conselho apresentar a possível troca do presidente da companhia repentinamente, com receio de investir em rendas variáveis, venderam suas ações, gerando a desvalorização dessas e do “índice Ibovespa”, que também fazia parte da estatal.
Outra parcela de investidores aproveitou o momento de queda de tais ações para adquirir seu portifólio por um valor de custo mais baixo. Segundo Michel Temer (MDB), “o Brasil e os acionistas vão se surpreender positivamente com Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras.”
Em pronunciamento sobre o caso, Bolsonaro disse que o governo federal “não interferirá em nada na política econômica de combustíveis da Petrobras. Jamais darei palpite na economia. Eu sou o presidente, mas a palavra final é do ministro, Paulo Guedes. A não ser que apareça uma questão social gravíssima, aí voltaremos a conversar com os demais ministros sobre políticas econômicas.”
Nova greve
Em contrapartida a essa situação, há também a ameaça de uma nova greve por parte dos caminhoneiros de todo o território nacional, impulsionada pelo aumento repentino no valor do diesel.
Com base nos números oficiais referentes a greve ocorrida em 2018, cada dia de paralização dos caminhoneiros representaria mais de 7 bilhões de reais por dia de prejuízo a economia brasileira, especialmente para o agronegócio, setor responsável pelo suporte da balança comercial nacional em 2020.
Segundo o atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, a insatisfação dos caminhoneiros é “um problema que não é da Petrobras.” Após o pronunciamento de Castello Branco, a estatal perdeu quase R$100 bilhões em valor de mercado.
Da Redação
Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Católica de Brasília, Carol Castro tem passagem por assessoria de imprensa, redação e rádio.