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POLÍTICA

“Popcorn” e “Ice Cream”: quem são os réus citados por Bolsonaro no caso dos atos de 8 de janeiro

Publicado por: Amanda Escorsin | 7 abr 2025

Ex-presidente usou nomes populares de dois condenados como símbolos para defender anistia a envolvidos na tentativa de golpe

Durante ato em apoio ao projeto de lei que propõe anistiar os participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o ex-presidente Jair Bolsonaro mencionou dois personagens que ganharam destaque entre os condenados: Carlos Antônio Eifler e Otoniel Cruz, apelidados de “Popcorn” e “Ice Cream”, respectivamente. A referência foi usada como tentativa de sensibilizar a opinião pública sobre a suposta desproporcionalidade das penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Carlos Eifler é um vendedor de pipoca da cidade de Lajeado, no Rio Grande do Sul. Já Otoniel Cruz vendia picolés em Porto Seguro, na Bahia. Ambos viajaram a Brasília no início de 2023 e se juntaram ao acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, onde se concentravam manifestantes que pediam uma intervenção militar. Eles alegam ter chegado à capital federal apenas após a invasão das sedes dos Três Poderes e negam envolvimento direto nos atos de depredação.

Apesar disso, os dois foram acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de associação criminosa, por supostamente integrarem um grupo organizado com a intenção de subverter a ordem democrática e incitar as Forças Armadas contra os demais Poderes. O STF, em julgamento liderado pelo ministro Alexandre de Moraes, condenou ambos, com placar de 8 votos a 2. Os ministros Nunes Marques e André Mendonça votaram pela absolvição, alegando ausência de provas claras sobre a intenção dos réus.

A menção a “Popcorn” e “Ice Cream” por Bolsonaro gerou repercussão política e jurídica. Parlamentares aliados aproveitaram os casos para defender a tese de que houve excessos na repressão aos manifestantes, enquanto opositores apontaram o gesto como tentativa de minimizar a gravidade dos atos antidemocráticos.

O debate sobre anistia segue polarizado no Congresso, e os nomes de Eifler e Cruz passaram a simbolizar, para parte da base bolsonarista, uma suposta injustiça contra manifestantes de baixa renda e sem histórico criminal. Já para críticos, o foco nos apelidos tenta humanizar um movimento que atentou contra a democracia brasileira.

Da Redação, com informações da CNN Brasil

Amanda Escorsin

Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Amanda Escorsin atua como editora-chefe no portal Dama do Poder e atuou como Diretora de Redação no portal Lupa Política. A jornalista que se inspira em contar histórias, escolheu a profissão quando tinha 14 anos de idade e tem como suas paixões empreendedorismo, marketing e mundo corporativo.