A Comunicação Estratégica como instrumento de persuasão em período eleitoral

Por Amanda Escorsin

Coluna de Comunicação Estratégica no portal Dama do Poder

Os políticos bem sucedidos são aqueles que aplicam uma bela regra do real empreendedorismo: encantamento de clientes. 

Observar o meio político muito me fez entender o quanto as noções da tradicional comunicação assertiva são importantes para quem deseja o PODER.

Dentro dos fatores que geram uma comunicação assertiva, a percepção é uma delas. Pequenos atos correlacionados ao comportamento de um candidato nos bastidores, revelam uma real essência do indivíduo e influenciam diretamente nas reações do receptor, muito mais que uma fala em público, por exemplo. Ainda que os candidatos trabalhem muito em suas narrativas, somente o comportamento nos bastidores comprovam a veracidade das reais intenções que os mesmos comunicam. A comunicação verbal gera curiosidades, mas somente a comunicação não – verbal gera confiança.

O que significa isso? 

Tendemos a ser conduzidos mais pelas emoções do que pela razão. O ser humano reage de acordo com o que sente. É do nosso instinto reagir com intuito de proteção mediante o que identificamos como ameaça, por exemplo. Ou seja, se um candidato se porta de uma forma no palco, mas demonstra comportamentos diferentes quando os holofotes estão desligados, automaticamente gera rejeição. Quem nunca escutou sobre uma atriz ser carismática na frente das câmeras, mas tratar mal seus funcionários? 

A comunicação mais poderosa é aquela que vai ao encontro das expectativas do receptor, sempre. 

Os políticos bem sucedidos são aqueles que aplicam uma bela regra do real empreendedorismo: encantamento de clientes. 

O encantamento de clientes se inicia com uma ideia, produto ou sensação que se tornam atrativos ou necessários, carregados de convencimento e desejos, seguidos de um convite à uma experiência única. No entanto, tal admiração só é mantida no decorrer do relacionamento com esse cliente, caso as expectativas dele sejam atendidas, como um formato de reciprocidade. É por isso que o famoso dito popular, de que um cliente satisfeito traz outro, é comprovado pelo índice de conversão em uma empresa. Um cliente satisfeito fideliza e consequentemente, multiplica por via de indicações.

Os candidatos que conquistam cargos vitoriosos, possuem algo em comum: uma consolidada base de relacionamento nos bastidores. De acordo com a comunicação estratégica, a mente humana procura ajustar impressões e estímulos a um sistema de expectativas que são resistentes à mudanças. 

Ou seja, é por esta razão que campanhas eleitorais priorizam reforçar as convicções de quem já está convencido a votar em um determinado candidato ou partido, de forma que o mesmo público influencie os votos dos indecisos. Em contrapartida, isso é mais vantajoso do que buscar convencer um eleitor a mudar o sentido do voto. 

Todavia, isso só é possível quando o candidato articula de forma unilateral, gerando expectativas nos holofotes, mas sem deixar de manter o bom relacionamento e atenção aos seus apoiadores nos bastidores. Toda intenção bem comunicada, com narrativa concisa e bem elaborada, gera casualidade com reação positiva ao público-alvo. Contudo, somente a honra, reconhecimento e bom relacionamento com o público já conquistado os mantém.

Uma base de apoio saudável, unida e consolidada promovem novos líderes. 

Da Redação