Foto/reprodução: IBGE
Publicado por: Amanda Escorsin | 12 jun 2024
“entender quais os motivos que levam à rotatividade, avaliar a qualidade dos empregos criados e quais as políticas efetivas de qualificação devemos desenvolver para preparar os trabalhadores para um cenário de transformação tecnológica” -Francisco Macena.
Nesta quarta-feira, 12, o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, participou do Encontro Rede Observatórios do Trabalho, realizado no auditório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Brasília (DF). Promovido pelo MTE e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o evento reúne representantes de observatórios locais de 21 estados e 11 municípios com mais de 200 mil habitantes, além de palestrantes de diversas entidades.
Francisco Macena, secretário-executivo e ministro substituto do MTE, abriu o Encontro, destacando que o ministério busca respostas para desafios da nova conjuntura, como “entender os motivos da rotatividade, avaliar a qualidade dos empregos criados e desenvolver políticas efetivas de qualificação para preparar os trabalhadores para um cenário de transformação tecnológica.”
Pochmann participou da mesa Mercado de Trabalho Brasileiro em 2024 – Realidade e Desafios, junto com Marcelo Manzano, pesquisador do Instituto de Economia da Universidade de Campinas, com mediação de Paula Montagner, subsecretária de estudos e estatísticas do trabalho do MTE. “Estamos completando o primeiro quarto do século XXI, e temos o dever de buscar melhor interpretação sobre o que acontece no mundo do trabalho no Brasil, por isso é muito importante o trabalho dessa Rede”, iniciou o presidente o IBGE.
O horizonte e o mundo do futuro no Brasil nos chegam sempre como muito negativos, especialmente no universo do trabalho. Seja pelas mudanças climáticas, ou tecnológicas, com robótica e a inteligência artificial, as análises chegam com o curto-prazismo, insuficiente para análises de mais longo prazo
Pochmann
Pochmann citou, dentre outros fatores que sinalizam uma mudança de época, pontos como as alterações climáticas e seus impactos, o que condiciona a localização dos negócios e empregos, e um novo regime demográfico do Brasil, que aponta uma inflexão na trajetória demográfica do país. “Dada a centralidade que o trabalho tem na vida humana, temos a questão de como olhar o mercado de trabalho a partir das perguntas que estamos fazendo. Como explicar a grande quantidade de jovens que obtém rendimentos de atividades ligadas às redes sociais, como youtubers, jogos, e outras? Por isso o IBGE tem feito um esforço para tentar entender em que medida estamos captando essas mudanças”, afirmou.
Manzano ressaltou que, apesar do avanço do mercado de trabalho no país, que apresenta recuperação nos últimos meses, a taxa de desocupação é diferente por estado no Brasil, e as disparidades em relação a raça e gênero seguem muito elevadas. “Os jovens estão mais suscetíveis ao desemprego, e esse é um dado que devemos analisar. A subutilização da força de trabalho, embora tenha caído de forma importante, ainda está alta, e ainda estamos distantes do pleno emprego, e há dúvidas se os fatores que impulsionaram a atividade econômica aumentando o consumo e favorecendo os serviços irão se manter nos próximos meses”, concluiu.
A reunião da Rede Observatórios do Trabalho continua nesta quinta-feira, 13, no auditório do Ministério do Trabalho e Emprego, em Brasília.
Da redação, com informações da Agência IBGE
Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Amanda Escorsin atua como editora-chefe no portal Dama do Poder e atuou como Diretora de Redação no portal Lupa Política. A jornalista que se inspira em contar histórias, escolheu a profissão quando tinha 14 anos de idade e tem como suas paixões empreendedorismo, marketing e mundo corporativo.