Foto: Reprodução/ República Marketing Político
Publicado por: Amanda Escorsin | 19 jul 2022
A disparidade de gênero é um fato no mercado de trabalho, mas é necessário acrescentar uma consideração extraordinária: há setores tradicionalmente masculinos onde as barreiras de acesso são ainda maiores e a construção é uma delas.
Assim, em um mercado que cresce constantemente, já que 15 de cada 100 empregos nascem nesse setor, as mulheres têm uma oportunidade que não pode ser negligenciada por questões de estereótipos ou preconceitos.
A construção exige funcionários altamente qualificados que ofereçam melhores condições de trabalho do que outras áreas em que as mulheres sempre se encaixam com muito mais facilidade: serviços ou atividades dedicadas ao atendimento.
Hoje, dados da pesquisa de população ativa (EPA) para o segundo trimestre do ano, quantificam a masculinização do setor, apenas 8,7% das pessoas empregadas no setor da construção eram mulheres, em comparação com 91, 3% que eram homens. E o setor está em pleno crescimento, 10,26% neste segundo trimestre de 2018 em relação ao ano anterior.
Diante dessa realidade, instituições como a Cruz Vermelha, em colaboração com a Fundação Trabalhista da Construção, colocaram o foco nas questões de gênero no setor com conferências como “Promovendo a incorporação de mulheres na construção civil”, realizada no dia 21 de setembro de 2018 com a participação de representantes de empresas do setor, as Administrações Públicas e profissionais do setor de construção.
Nesta jornada foram analisadas as principais barreiras e dificuldades encontradas pelas mulheres no acesso ao emprego no setor, que foram identificadas como “limitações devido ao preconceito e aos estereótipos de gênero”, bem como “a necessidade e a oportunidade de promover uma mudança de mentalidade no setor “com base nas conclusões do Observatório da Construção.
Também foram identificadas as principais ocupações e posições onde há mais possibilidades de inserção para as mulheres, assim como estratégias e medidas que possam facilitar a integração trabalhista das mulheres, sem deixar de destacar as oportunidades que as empresas podem ter para ter equipes de trabalho mistas.
A FLC é uma das entidades que tem apostado fortemente para que as mulheres ampliem sua presença na construção, tanto que em 2017, concretamente, já formou mais de 4600 mulheres, número que, embora lentamente, não deixa de crescer.
Além disso, ele delineou a iniciativa europeia em que a entidade conjunta participa do “Woman can build”, um projeto de inovação e intercâmbio de boas práticas que visam a re-concepção da Formação Profissional para uma indústria da construção igualitária, no qual a Espanha participa com Alemanha, Bélgica, França, Itália e Portugal.
Mas se olharmos para a EPA, os dados referentes à presença feminina no campo da Engenharia Civil, no segundo trimestre de 2018, que são os mais recentes disponíveis até o momento, especificamente 10.000 mulheres empregadas em Engenharia Civil, das 106.400 que mulheres contabilizadas no setor, em comparação com 100. 200 homens na Engenharia Civil e 1.108.800 no total na Construção. De acordo com esses dados, 45.000 mulheres também estavam envolvidas na construção de edifícios e 51.200 em atividades especializadas de construção. E, nessa mudança de mentalidade no setor está também a Real Academia de Engenharia com seu Projeto Mulher e Engenharia que se tornou conhecida através de uma entrevista com a diretora Sara Gómez, no Aforos 116.
Este projeto lançou recentemente a terceira chamada para o patrocínio de estudantes dos últimos anos do curso de Engenharia, além de organizar atividades de naturezas muito diversas voltadas para estudantes cada vez mais jovens. Neste caso, o Projeto Mulheres e Engenharia alude à presença feminina em carreiras universitárias, agrupadas sob a sigla STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, por sua sigla em inglês).
Por conseguinte, abrange muito mais do que o setor da construção, embora seja verdade que se destina também às mulheres que entram, no setor, nas posições mais elevadas tanto nas administrações públicas como nas empresas privadas sem complexos, tetos de vidro e com valiosos exemplos de outras mulheres.
Da Redação
Fonte: ZIGURAT GLOBAL INSTITUTE OF TECHNOLOGY
Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Amanda Escorsin atua como editora-chefe no portal Dama do Poder e atuou como Diretora de Redação no portal Lupa Política. A jornalista que se inspira em contar histórias, escolheu a profissão quando tinha 14 anos de idade e tem como suas paixões empreendedorismo, marketing e mundo corporativo.