Foto: Reprodução/ Agência Senado
Publicado por: Carol Castro | 24 mar 2021
Segundo diretora da Anvisa, podem faltar remédios para outras doenças
Por Carol Castro
De acordo com a diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Meiruze Sousa Freitas, a capacidade da indústria nacional para a fabricação de insumos e medicamentos necessários para a intubação de pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) está no limite.
O alerta da farmacêutica foi dado ontem, durante a audiência na Comissão Externa da Câmara dos Deputados. Segundo Meiruze, “os remédios para atendimento a outras áreas de saúde também correm risco de começar a faltar”, uma vez que os fabricantes voltaram suas produções e esforços essencialmente para o chamado “kit intubação”. De acordo com a diretora da Anvisa, a ausência de medicamentos anestésicos é o mais preocupante.
Meiruze Sousa Freitas, diretora da Anvisa
As empresas estão no limite de produção (da capacidade produtiva). Algumas aumentaram (a produção) em quatro ou sete vezes e têm empresas que dedicaram toda a sua produção aos medicamentos de intubação orotraqueal. Isso também é um problema, porque há risco de desabastecimento de outros medicamentos.
O Ministério da Saúde anunciou, na semana passada, a requisição administrativa de remédios que estavam em estoque nas indústrias. Segundo o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), a Casa irá solicitar a criação de uma central de demandas e de compras de medicamentos.
Nós temos uma corrida pela compra. Isso faz com que você tenha estados superabastecidos e estados sem nada, porque não há um controle nacional de demanda. O Ministério da Saúde precisa imediatamente tomar essa providências.
Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara dos Deputados
Situação na capital não é diferente
Com Brasília possuindo apenas cinco leitos disponíveis para abrigar os doentes nas UTI’S, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal anunciou na manhã desta quarta-feira (24) que os medicamentos utilizados na intubação de pacientes, bem como remédios injetáveis usados no tratamento da covid-19, estão em falta na capital. São o cisatracúrio, um bloqueador neuromuscular de administração intravenosa, o propofol, usado na indução e manutenção de anestesia geral e como sedativo em pacientes com ventilação mecânica nas UTIs, e o vecurônio, utilizado em anestesias gerais e como relaxante muscular par facilitar a intubação endotraqueal e promover relaxamento muscular.
Ainda, de acordo com informações da secretaria, existem mais dois remédios cujos estoques não são suficientes para mais dias de uso para além desta quarta: rocurônio, indicado para facilitar a intubação e a respiração artificial, e o pancurônio, um relaxante muscular.
De acordo com dados da secretaria, atualizados às 6h10, o índice de ocupação dos leitos está em 97,2%. As próximas recargas estão marcadas para 12 e 18 de abril.
Da Redação
Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Católica de Brasília, Carol Castro tem passagem por assessoria de imprensa, redação e rádio.